segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A Pele que Habito (Cinema)

Confesso que nunca fui fã do Pedro Almodovar, achava seus filmes monótonos e cheios de gente sem roupa, sem a menor necessidade. Não sou uma daquelas pessoas sensíveis que conseguem avaliar até os mínimos detalhes de um filme, a ponto de destrinchá-lo com quase a mesma visão do diretor. Portanto, vou comentar o filme, de forma bem crua, sem muitas citações filosóficas. Ah sim, outra coisa importante a ser mencionada, é que eu nunca assisti a um outro filme do Almodovar, pelo menos não um inteiro. Portanto, achei a história desse longa bem macabra. É o seguinte: Antonio Banderas vive um cirurgião plástico renomado, que perdeu a esposa e a filha em um curto espaço de tempo, e ambas de forma trágica, diga-se de passagem. Aos poucos vamos descobrindo que ele deu uma de Dr. Frankstein e modificou uma pessoa o suficiente para parecer com sua esposa morta. Sim, basicamente essa é a sinopse do longa. Só que como se trata do Almodovar, muita bizarrice ocorre durante a projeção. Só para citar uma, escolhi o aparecimento do irmão bastardo do protagonista, vestido de tigre, pois de acordo com ele, estava vindo do carnaval da Bahia (WTF!). Quando na verdade, descobrimos que ele junto de outros caras, havia assaltado uma joalheria, porém foi burro o suficiente de se deixar ser filmado. Tudo bem, eu sei, isso não é tão estranho assim (só que para quem está somente lendo e não viu a fantasia da criatura, não é tão estranho assim, a roupa e a situação são bizarrentas!). A parte Almodovar vem em seguida, quando ele esta comendo na cozinha e vê através do monitores, a suposta esposa falecida do médico e vai até lá constatar se é ela mesma. Ele arranca a roupa da mulher e a estupra no meio do corredor, em uma cena, que a gente não sabe se ri ou se espanta, com tamanha bizarrice. Não vou contar o desfecho da cena, pois estragaria o show de horrores para quem ficou curioso. Não vou falar mal do filme, ele é bom, mas realmente não gosto da visão do Almodovar, o modo como ele coloca tudo em cena. Acho ele muito teatral, as coisas não soam tão reais, parece que estamos assistindo a um daqueles dramalhóes mexicanos. Talvez seja o que disse no inicio, não sou fã do cara e não sou muito sensível em relação a certos filmes, então posso não ter entendido todas as mensagens subliminares deixadas pelo diretor (apesar de eu ter quase certeza de que não existe nenhuma). Vale a pena assistir o filme, principalmente para os fãs do diretor. Esse foi um trabalho diferente dele (eu consegui assisti-lo do inicio ao fim e isso é uma novidade se tratando de Pedro Almodovar), carrega um tom de suspense do inicio ao fim. Recomendado!

Um comentário:

  1. Não vi o filme, mas só pelo que vc já tinha me dito pra mim das cenas bizarras e dos elementos "motivacionais" que levam a essas tais cenas, deve ser mesmo mesmo um show de horrores que não me agrada em nada... vale só para quem quer ver um Almodóvar fazendo sua primeira incursão ao "terror psicológico", que pra mim, soa como um suspense-erótico-dramalhão-amoral, rs.

    Beijos!

    ResponderExcluir