segunda-feira, 23 de maio de 2011

Caminho da Liberdade

A história desse filme é baseada em fatos reais e o livro do qual o roteiro é baseado, The Long Walk do polonês Slawomir Rawicz, conta como foi sua fuga da prisão soviética onde estava encarcerado e sua longa caminhada, ao lado de seis outros prisioneiros, até a Índia. Nos últimos tempos, porém, a veracidade dos fatos tem sido contestada. Isso, no fim das contas, não importa. Peter Weir (de Show de Truman e Sociedade dos Poetas Mortos) soube levar muito bem a trama, sendo ela verdadeira ou não. A história é a seguinte: Januz (Jim Sturgees) é um polonês que é preso pelos soviéticos e desde que coloca os pés no cárcere da fria Sibéria pensa apenas em fugir. Um companheiro encarcerado, o ator Khabarov (Mark Strong), dá força a Januz, mesmo não tendo realmente coragem de escapar. Quem alerta que o ator não é exatamente como diz ser a Januz é o americano Mr. Smith (Ed Harris), que ainda avisa o polonês que sua bondade pode matá-lo naquele ambiente. No dia de uma forte nevasca, Januz decide escapar e leva junto de si um grupo de prisioneiros – dentre eles, o perigoso russo Valka (Colin Farrell), o único com uma faca em seu poder, o que pode ser favorável em meio a uma fuga. A nevasca furiosa facilita a fuga, mas endurece a jornada. Acompanhamos os companheiros fugitivos encarando a fome, a sede e o cansaço mental e físico pela sua tão sonhada liberdade. “Sua fuga seria apenas o começo”. A tagline no pôster não poderia ser mais verdadeira. O diretor Peter Weir dá pouco destaque para o tempo em que seus personagens estão na prisão soviética e se concentra realmente nos momentos em que os sete fugitivos partem em seu êxodo para a liberdade. É a partir da escapada que começamos a conhecer realmente os personagens. O Mr. Smith de Ed Harris se revela um sujeito bondoso, mas bastante prático. Quando os fugitivos encontram uma garota no meio do caminho, Irena (Ronan), Smith é o primeiro a vetar a inclusão do novo membro no grupo, mas com o tempo, Smith percebe que a presença da menina não os atrasa como imaginava. Colin Farrell se entrega a sua conhecida tradição de encarnar sujeitos estranhos. Valka ostenta grandes tatuagens de Stalin e Lênin no peito e tem pavio curto. Jim Sturgees mostra com seu Januz que pode sim, interpretar um protagonista e muito bem e que já está pronto para encarar um blockbuster tão bem quanto encara um filme mais fechado. Peter Weir faz de seu filme uma jornada dura para se acompanhar. Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, podia muito bem ser um longa-metragem pós-apocalíptico dada a escassez de mantimentos e pelo sofrimento que observamos o grupo passar. Quando o filme acaba, a sensação de alívio pelo fim daquele grande martírio é otima. Um ótimo filme, que vale mesmo a pena assistir, porém não é para todos os gostos, infelizmente.

Um comentário:

  1. Não vi... mas o elenco é MUITO BOM e ainda tem a direção do sempre competente Peter Weir, que consegue tirar "leite de pedra" (entende-se como filmar roteiros difíceis)!!!

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